Selic em alta: Saiba o impacto da taxa de juros na economia!

O Comitê de Política Monetária (Copom) encerrou o mistério quanto aos próximos passos da política monetária após reunião de dois dias, a mais esperada dos últimos anos. O colegiado subiu a taxa básica de juros (Selic) em 1,5 ponto percentual, de 6,25% para 7,75% ao ano.

Foi a sexta alta seguida da taxa Selic, a mais forte desde 2002 e deste ciclo de aperto monetário, que se iniciou em março quando a taxa de juros estava no patamar mínimo histórico de 2%.

A decisão foi unânime. A próxima reunião do Copom, a última de 2021, ocorre nos dias 7 e 8 de dezembro, quando deve elevar novamente a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, desde que mantido o atual cenário-base do comitê.

No comunicado divulgado após a reunião desta quarta, o Copom:

  • diz ver sinais de uma inflação persistente no país, além dos componentes “voláteis”;
  • sinaliza que pode voltar a elevar a Selic em 1,5 ponto em dezembro, e
  • aponta que a tentativa de furar o teto de gastos pode gerar movimentos inflacionários ainda maiores.

O novo índice supera a estimativa que já tinha sido divulgada pelo mercado financeiro, coletada em pesquisa realizada pelo BC na semana passada. A previsão foi revisada para cima após o ministro da Economia, Paulo Guedes, admitir a possibilidade de flexibilizar o teto de gastos.

Até a semana anterior, a maior parte dos especialistas ouvidos pelo BC apostava em aumento de 1,25 ponto percentual – o que levaria a Selic para 7,5%.

A decisão do Copom

No comunicado, o comitê disse avaliar que a disparada da inflação não foi impulsionada somente por componentes “voláteis”, mas também pela chamada “inflação subjacente”, mais duradoura.

Nesse sentido, segundo o Copom, as elevadas projeções de inflação do Copom justificam a elevação da taxa Selic. O comitê trabalha com um cenário de aumento da Selic para 8,75% em 2021 e para 9,75% durante 2022, terminando o ano em 9,50%. A redução na taxa ocorreria só em 2023, para 7% ao ano.

Consequências da alta dos juros

De acordo com economistas, o aumento do juro básico da economia, tem vários reflexos na economia. Veja abaixo os principais:

  • A elevação da taxa de juros, o aumento do juro básico da economia, já está resultando em taxas bancárias mais elevadas e a tendência é de que novos aumentos também sejam repassados aos clientes. Em setembro, a taxa média dos bancos foi a maior desde abril de 2020. Além do juro básico, o aumento do IOF anunciado pelo governo também impacta o custo final dos empréstimos.
  • O aumento da taxa de juros também influencia negativamente o consumo da população e os investimentos produtivos, impactando, assim, o Produto Interno Bruto (PIB), o emprego e a renda. Economistas estão baixando há semanas a previsão de crescimento da atividade econômica em 2022.
  • O aumento da taxa básica da economia gera uma despesa adicional com juros da dívida pública. Gabriel Leal de Barros, da RPS Capital, calculou que o ciclo de alta da Selic de 2% ao ano, em março de 2021, para 7,5% ao ano, se confirmada, geraria uma despesa adicional de quase de R$ 180 bilhões com juros da dívida (se mantida em 12 meses).
  • Aplicações financeiras em renda fixa, como a caderneta de poupança, tendem a render um pouco mais. Com o juro básico em 7,5% ao ano mais taxa referencial (TR), por exemplo, a poupança passará a render 5,25% ao ano, contra 4,375% ao ano, mais TR (com taxa Selic em 6,25% ao ano). Mesmo assim, o rendimento da poupança segue perdendo da inflação.

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Fonte: G1 e Investing